DIA 33 - A CARIDADE


Tudo estava a correr dentro da normalidade, quando três alminhas se começaram a engalfinhar por um motivo que, na altura, ainda me era desconhecido.
Como gosto de ser uma pessoa informada, vá de perguntar:
- Moças, o que é que se passa?!
- Oh, pressora, é a borracha. - respondeu-me uma pequena.
Como eu sei que as borrachas não falam, ignorei e prossegui nesta missão de elucidar jovens baralhados.
De novo, o burburinho, que já estava quase a beirar a conversa.
- Afinal, posso saber o que se passa, ou não? - perguntei, pensando que resposta dar, caso as pequenas me dissessem que não, que não podia saber o que se passava. Tal não aconteceu, pois a M. respondeu que elas estavam sempre  a pedir-lhe a borracha.
Enervei-me logo.
- De quem é a borracha?
A M. respondeu que era dela. 
- Aqui a tens. - e, enquanto respondia, encaminhei-me para a minha mesa e, do meu estojo, retirei duas borrachas, que coloquei à frente de cada uma das outras moças que estavam a perturbar a M. - Pronto, acabou-se a confusão! - disse, com ar decidido!
O E., de imediato, acompanhando as suas palavras de um devoto abrir de braços e de um sorriso matreiro, encerrou o momento.
- A pressora é a caridade!
Há lá coisa mais bonita para se chamar a um professor?

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